sábado, 4 de fevereiro de 2012

Greve na educação estadual em Goiás: A luta contra o Neoliberalismo na Educação

A GREVE CONTINUA! MARCONI, A CULPA É SUA!

Foi deflagrada a greve geral dos trabalhadores da educação em Goiás, na última quinta-feira (02/02/2012), onde, através de assembléia geral organizada pelo Sintego (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás) realizado no centro da cidade de Goiânia (Jóquei Clube), a maioria dos professores e funcionários administrattivos da rede estadual de Educação, votaram pelo movimento paredista, que se iniciará na próxima segunda-feira (06/02/2012), em todo o estado de Goiás.
Na assembléia dos trabalhadores em educação era visível a indignação e a angústia dos professores e funcionários das escolas. Com o chamado "PACTO PELA EDUCAÇÃO" o governo estadual de Marconi Perillo (PSDB) implementou um verdadeiro massacre neoliberal contra  a educação em Goiás. O plano de carreira dos professores de escolas públicas estaduais, construído durante várias décadas, e através de muitas lutas, embates, greves, e enfrentamentos, que se deram até mesmo durante o regime militar no Brasil, foi totalmente anulado e mandado "pro ralo", e substituído pelo projeto meritocrático, que avalia o desempenho dos trabalhadores através de índices de avaliação, frequência e metas Além de incorporar as gratificações dos docentes ao vencimento, a fim de dizer de forma enganosa que cumpre a lei do piso salarial docente, e com isso achatando os salários da maioria dos professores, o governo ainda cria um novo plano de carreira, onde reduz o valor das titularidades (mestrado e doutorado) e cria o "bônus" salarial, que funciona segundo índices de desempenho e de frequência.
Nota do IDEB afixada na entrada da escola estadual em Goiás

No plano anterior, os aumentos salariais eram lineares, e incentivavam a formação continuada docente, através de progressões salariais que obedeciam as cargas horárias dos cursos realizados  e também os níveis de titularidade conquistados (gratificações - especilalista: 30%, mestre: 40% e doutor: 50%). Agora com a reforma meritocrática, professores com mestrado irão ter aumento de apenas 10% e doutores de apenas 20%, pois tais gratificações passaram a ser incorporadas ao vencimento, como forma de escamotear o pagamento do piso salarial. Com isso não haverá mais nenhum interesse maior na formação continuada docente e o achatamento brutal dos salários está provocando a desvalorização ainda maior da carreira docente. 
Frequência dos professores afixada no pátio da escola estadual em Goiás

Não era por menos a indignação dos professores na última assembléia, enquanto o governo Marconi Perillo (PSDB) torra milhões e milhões de dinheiro público com propagandas "maravilhosas" sobre a secretaria da educação e sobre o famigerado "Pacto pela Educação", mentido sobre a falsa valorização dos professores e a falácia da melhoria da educação em Goiás, mas o que se ouve da própria boca  dos professores, é justamente o contrário, ou seja, a desvalorização brutal  e desrespeito nunca antes visto aos professores e estudantes em Goiás.
Seguindo a lógica matemática do modelo neoliberal de educação, pautado em índices meritocráticos de ganhos salarias, os professores que entrarem agora na educação em Goiás, seguindo a risca todos os quesitos do novo plano de carreira, demorariam mais de 30 anos para alcançar os valores salarias propagandeados pelo governo na TV.

Na verdade o atual secretário da educação de Goiás, o Sr. Thiago Peixoto (PMDB? PSDB?), apenas copia um modelo neoliberal de plano de carreira meritocrático para a educação, que já foi imposto "goela abaixo" por estados como Minas Gerais e São Paulo, que também são dirigidos pelo PSDB, e que também provocaram greves duradouras, desestruturação do ensino e o sucateamento da educação nestes mesmos estados. Este modelo neoliberal burguês de educação, pautado na meritocracia, visa criar um ambiente de individualismo e de fragmentação da classe trabalhadora na educação, onde o ganho salarial se dará, não a partir da cooperação, das lutas  e do trabalho coletivo dos professores, mas sim através do desempenho individual, dos índices de méritos próprios, levando ao "cada um por si e o diabo contra todos". Tal modelo obstrui a visão de lutas de classes e anula todo o sentimento de pertencimento à classe docente, fragmenta a força coletiva e facilita a dominação e exploração patronal, no caso o estado, estando a serviço do patronato burguês.
Além dos ataques de cariz neoliberal na educação em Goiás, têm-se também uma grave crise no sindicalismo local. O sintego na verdade, além de estar sempre omisso e boicotar as reinvidicações trabalhistas,(vale lembrar que na última assembléia realizada em outubro de 2011, o sintego fraudou a contagem por contraste dos votos dos professores, que exigiam uma greve ainda naquele ano) perdeu por completo a sua função combativa e de luta, tornando-se hoje um sindicato enfraquecido e sem muita representatividade junto aos professores. Atualmente o sintego mantém uma relação promíscua com partidos políticos (PMDB, PT E PC do B), sendo todos este partidos representantes da direita burguesa goiana. Os jornais locais acusam o Sintego de estar usando a  greve como bandeira política para as próximas eleições para prefeito, já que a atual presidenta, a Sra. Ieda Leal, é também filiada ao PT e grande amiga do atual prefeito de Goiânia, o Sr. Paulo Garcia (PT), que tenta a reeleição em Goiânia. Na última greve da educação municipal  de Goiânia, no ando de 2010, o Sintego abandonou a greve dos professores e funcionários da prefeitura para apoiar o então candidato do PMDB-PT, o Sr. Iris Rezendo, que abriu mão do cargo de prefeito de Goiânia para se candidatar ao Governo do Estado.   



Diante de um sindicato promíscuo, sem expressão, sem representatividade, pelego, e cujos dirigentes são irresponsáveis, inescrupulosos e mentirosos, vai a sugestão para a formação de um COMANDO DE GREVE autônomo, independente, apartidário, tomando talvez como exemplo, o próprio comando de greve de 2010, onde os próprios professores e funcionários municipais, de forma coletiva e organizada,  conseguiram levar adiante a greve da educação, mesmo a contra gosto do próprio sindicato e dos partidos burgueses, que não queriam a sua continuidade,  dando a greve repercusão de âmbito nacional e consequêcias inimagináveis. AGREVE CONTINUA! MARCONI, A CULPA É SUA! FORA THIAGO PEIXOTO! FORA MERITOCRACIA! FORA MARCONI!

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