sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Manifesto dos Professores da UEG em Apoio à Greve dos Professores do Estado de Goiás


MANIFESTO DE APOIO DA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA DA UNIDADE DE CIÊNCIAS SOCIOECONÔMICAS E HUMANAS DA UEG EM ANÁPOLIS À GREVE DOS PROFESSORES DA REDE ESTADUAL DE GOIÁS


Coerentes com o compromisso de defender o ensino público de qualidade, nós, professores, funcionários e estudantes da Unidade de Ciências Socioeconômicas e Humanas da UEG em Anápolis, ao longo da história desta Instituição, temos mantido uma postura de apoioa todos os movimentos que visam melhorias para a educação pública no estado de Goiás e no Brasil.Várias pesquisas desenvolvidas nesta unidade universitária, assim como os eventos acadêmicos nela realizados,têm apontado, constantemente, a necessidade de melhorar a remuneração dos profissionais do magistério e as condições para o desenvolvimento do seu trabalho nas escolas.
Na contramão desse imperativo, o atual governo de Goiás fez os deputados estaduais a ele subservientes aprovarem uma lei que, a propósito de instituir o Piso Salarial Profissional Nacional para os professores da educação básica, mutila profundamente o Plano de Carreira desses já sacrificados educadores. A principal mudança no Plano, introduzida pelo governo, reduz as gratificações de titularidade para os professores que cursam mestrado e doutorado, que eram de 40% e 50%, respectivamente, para 10% e 20%. Uma perda de 3/4 e 3/5 nos valores das gratificações dos vencimentos que já são excessivamente baixos. Com isso, o governo estadual desestimula os professores a se qualificarem.
O fato de criar um piso salarial com valor maior do que o vencimento básico pago anteriormente, não pode ser aceito como justificativa para essa diminuição drástica nos percentuais das gratificações. Pois isso é o mesmo que dar com uma mão e tirar com a outra. Ou seja, uma enganação.
Além disso, é necessário esclarecer que os valores do piso salarial de 1.460,00 reais, por 40 horas, estipulado para o professor que fez apenas o curso do magistério (nível P-I), e de 2.016,00, para o graduado (nível P-III), são referentes ao inicio da carreiraestão longe de satisfazerem as necessidades de um profissional da educação. A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) afirma que, de acordo com a lei federal que criou o Piso em 2008 (Lei nº 11.738/2008), os valores atualizados deveriam ser, respectivamente, de 1.937,00 reais e 2.558,00 reais. Ainda assim, se comparados ao valor do salário mínimo calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) para fevereiro de 2012, que deveria ser de 2.398,82 reais, o piso dos professores é vergonhoso. Os gastos de um profissional da educação vão muito além das necessidades de alimentação, vestuário, moradia, transporte e saúde. Sem falar que é uma das categorias de trabalhadores que mais adoecem. Não por acaso.
Não bastasse a destruição dos direitos econômicos dos professores, o tal “Pacto pela educação”, tão propagandeado na mídia, lhes impôs uma carga de trabalho muito maior do que já vinham tendo de cumprir, em troca de um “bônus” no final do ano, que mostra o caráter ditatorial burocrático e desumano, já que para ganhar esse, o professor perde sua humanidade e se transforma em uma máquina que tem apenas a função de cumpriR os 200 dias letivos. As pressões sobre professores e coordenadores por melhor desempenho cresceram em proporções acima das prometidas recompensas. Os efeitos dessa situação poderão ser o aumento do estresse e das doenças, produzindo resultados contrários aos desejados pelo governo.
Desta forma, mantida essa violência contra os direitos dos educadores da rede estadual, o tal “Pacto pela educação” poderá se transformar num verdadeiro fiasco. Já sabemos quem sairá perdendo com isso: além dos trabalhadores na educação, as famílias que têm seus filhos estudando nas escolas públicas estaduais.
Visando a contribuir para a superação desse quadro, a comunidade universitária da Unidade de Ciências Socioeconômicas e Humanas da UEG vem a público manifestar seu pleno apoio ao movimento grevista dos trabalhadores da rede estadual de educação de Goiás, deflagrado no último dia 6, por acreditar que a aplicação da lei que instituiu o Piso Salarial Profissional Nacional, da forma como estados professores será responsável por um grande retrocesso na educação mantida pelo poder público estadual.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Professores em Greve "malham o judas" em Goiânia: Marconi e Thiago Peixoto

 











 



Nesta tarde de quarta feira de cinzas, para não perder a tradição de malhar o judas após o carnaval, vários professores da rede pública de ensino estadual de Goiânia, que se encontram em greve por tempo indeterminado, fizeram uma criativa manifestação na rua do lazer, no centro da cidade. Munidos com megafones, os professores mais uma vez disseram à comunidade goiana, toda a verdade sobre as políticas neoliberais imposta pelo governo de Marconi Perillo, e  sobre o desmantelamento da educação em Goiás. 

O chamado "Pacto pela Educação", que tranforma as escolas em empresas, e a educação em mercadoria, foi exposto e debatido com a comunidade que transitava nesta tarde, de quarta feira de cinzas, pelo centro da cidade. Pendurado nos postes da rua do lazer, estavam dois bonecos de quase dois metros de altura, identificados com os nomes e as faces de Marconi Perilo e do secretário da educação Thiago Peixoto. Além de provocar muitas risadas na população, o ato também mostrou a indignação e o descontentamento da comunidade e dos professores em greve, que não economizaram palavras para mostrar a atual realidade da educação em Goiás.
A GREVE CONTINUA! MARCONI A CULPA É SUA!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

MANIFESTO DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO EM APOIO AOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO EM GOIÁS

MANIFESTO DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO EM APOIO AOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO EM GOIÁS

 
A Faculdade de Educação da UFG tem se posicionado historicamente, de forma contundente, em defesa da educação pública e do direito dos trabalhadores em educação. Em continuidade a essa política, o Conselho Diretor da Faculdade de Educação, composto por todos os seus professores, representantes estudantis e técnicos em assuntos educacionais, em sua reunião de 14 de fevereiro de 2012, vem por meio deste se manifestar em relação à política educacional implantada pelo Governo do Estado de Goiás e, em especial, acerca da greve dos profissionais da educação, assumindo publicamente sua posição contrária ao que se refere:
1) Às alterações feitas pelo Governo Estadual na Lei Complementar n. 26 de 1998, as quais desrespeitam um processo participativo e democrático já consolidado, de cuja elaboração e aprovação fizemos parte. Essas alterações ignoram a concepção de gestão democrática e de qualidade da escola, já amplamente acordada, atropelando as deliberações das entidades da sociedade civil organizada.
2) À reforma educacional, chamada "Pacto pela Educação", pautada por um discurso que propõe "revolucionar" a educação estadual por meio de mecanismos já experimentados e fracassados em outros estados, em especial, a implantação de uma prática empresarial que nega o sentido da educação da escola pública.
3) À imposição de um sistema de "meritocracia" que atinge todos os profissionais da escola, acirrando a competitividade e estimulando a cultura individualista, o que compromete o trabalho coletivo e a gestão democrática na escola.
4) À compreensão equivocada de que qualidade educacional equivale somente a "boas notas" no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), tornando a escola refém de uma concepção limitada de ensino que busca formar "bons alunos", apenas capazes de responder aos testes de Língua Portuguesa e Matemática.
 
5) À política de desvalorização dos profissionais da educação, culminando em 2011 com a alteração da Lei n. 13.309/2001, que instituiu o Plano de Carreira do Magistério Público Estadual, causando prejuízos dentre os quais a retirada da gratificação por titularidade e a redução drástica na gratificação de mestres e doutores, cuja produção intelectual tem papel relevante na qualificação da educação na sociedade.
6) Ao modo não democrático como o atual governo vem utilizando vários veículos e instrumentos de comunicação para divulgar à sociedade as suas decisões, em especial, sua propaganda dos supostos "avanços" para a educação do Estado e a suposta "valorização" do seu quadro de profissionais – mensagem efetivamente contrária ao que a categoria está vivenciando na realidade.
Essa realidade levou à deflagração da greve dos profissionais da educação estadual iniciada no último dia 06 de fevereiro. Diante do impasse da negociação, exigimos urgência em se retomar o diálogo e o atendimento às reivindicações apresentadas: 1) revogação da Lei de 2011 que alterou o Plano de Carreira do Magistério Público Estadual, incluindo o retorno da gratificação da titularidade; 2) pagamento do piso salarial para os professores como referência inicial para a carreira e a progressão de todos os profissionais; 3) garantia de manutenção dos direitos dos trabalhadores administrativos e aposentados.
A Faculdade de Educação ressalta a importância das negociações entre o Sindicato e a Secretaria Estadual de Educação e a garantia de que não haverá perseguição e retaliações aos participantes da greve. Compreendemos que as reivindicações feitas pelo movimento dos profissionais da Rede Estadual de Educação de Goiás são justas e não ultrapassam o limite do mínimo necessário para se garantir o cumprimento do princípio constitucional de uma escola pública, laica, gratuita e de qualidade social para todos.
Declaramos, portanto, o nosso apoio integral ao movimento dos profissionais da educação do Estado de Goiás e repudiamos as atitudes autoritárias do poder público estadual goiano.
Conselho Diretor da Faculdade de Educação da UFG
Goiânia, 14 de fevereiro de 2012

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Greve dos professores em Goiás: escolas paradas e a greve continua

A GREVE CONTINUA! MARCONI A CULPA É TODA SUA!


Cartazes da greve nas portas do Colégio I.E.G. em Goiãnia

Apesar do jogo sujo de contra-informações, mentiras e de dados falsos anunciados pela imprensa "chapa branca", que recebe cotas de verbas públicas estaduais destinadas às propagandas estatais, o número de escolas que aderem à greve, aumenta a cada dia. Basta visitar as escolas, na capital ou no interior,  e verificar a adesão expressiva dos professores, alunos e funcionários das escolas públicas estaduais em Goiás. Um exemplo nítido, é o próprio Colégio Estadual Lyceu de Goiânia, localizado no centro da capital, e que é considerado  a "vitrine" dos colégios públicos estaduais, pela sua história, tradição e localização. Neste colégio, ainda nos primeiros dias da greve, alguns professores (pequena minoria) ainda davam aulas, fazendo a escola funcionar parcialmente, mas, já na quarta feira (08/02/2012), os portões estavam totalmente trancados com correntes e cadeados. Hoje no Lyceu de Goiânia, apenas o vespertino e o noturno ainda funcionam de forma muito precária, mas com número considerável de professores e funcionários parados. A greve está crescendo, ao contrário das informações falsas anunciadas por uma parte da  imprensa goiana.


Colégio Lyceu de Goiânia também de greve

Cartaz escrito por estudantes e afixado no interior de escola



As manifestaçõe dos professores e alunos ocorrem em todo o estado, não somente dirigidas pelo sindicato dos professores, mas também por vários movimentos sociais organizados por professores e estudantes, que atuam em ações, passeatas, panfletagens, visitas às escolas em diversas partes da capital e do estado.
Carteiras vazias nas escolas estaduais de goiás



Colégio Estadual I.E.G de Goiânia em Greve


domingo, 5 de fevereiro de 2012

Greve geral na educação em Goiás - 2012


Campanha contra as políticas neoliberais na educação em Goiás: 
FIM AO "PACTO PELA EDUCAÇÃO" !
FORA THIAGO PEIXOTO!
FORA MARCONI NEOLIBERAL!
 (assista ao video abaixo)


sábado, 4 de fevereiro de 2012

Greve na educação estadual em Goiás: A luta contra o Neoliberalismo na Educação

A GREVE CONTINUA! MARCONI, A CULPA É SUA!

Foi deflagrada a greve geral dos trabalhadores da educação em Goiás, na última quinta-feira (02/02/2012), onde, através de assembléia geral organizada pelo Sintego (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás) realizado no centro da cidade de Goiânia (Jóquei Clube), a maioria dos professores e funcionários administrattivos da rede estadual de Educação, votaram pelo movimento paredista, que se iniciará na próxima segunda-feira (06/02/2012), em todo o estado de Goiás.
Na assembléia dos trabalhadores em educação era visível a indignação e a angústia dos professores e funcionários das escolas. Com o chamado "PACTO PELA EDUCAÇÃO" o governo estadual de Marconi Perillo (PSDB) implementou um verdadeiro massacre neoliberal contra  a educação em Goiás. O plano de carreira dos professores de escolas públicas estaduais, construído durante várias décadas, e através de muitas lutas, embates, greves, e enfrentamentos, que se deram até mesmo durante o regime militar no Brasil, foi totalmente anulado e mandado "pro ralo", e substituído pelo projeto meritocrático, que avalia o desempenho dos trabalhadores através de índices de avaliação, frequência e metas Além de incorporar as gratificações dos docentes ao vencimento, a fim de dizer de forma enganosa que cumpre a lei do piso salarial docente, e com isso achatando os salários da maioria dos professores, o governo ainda cria um novo plano de carreira, onde reduz o valor das titularidades (mestrado e doutorado) e cria o "bônus" salarial, que funciona segundo índices de desempenho e de frequência.
Nota do IDEB afixada na entrada da escola estadual em Goiás

No plano anterior, os aumentos salariais eram lineares, e incentivavam a formação continuada docente, através de progressões salariais que obedeciam as cargas horárias dos cursos realizados  e também os níveis de titularidade conquistados (gratificações - especilalista: 30%, mestre: 40% e doutor: 50%). Agora com a reforma meritocrática, professores com mestrado irão ter aumento de apenas 10% e doutores de apenas 20%, pois tais gratificações passaram a ser incorporadas ao vencimento, como forma de escamotear o pagamento do piso salarial. Com isso não haverá mais nenhum interesse maior na formação continuada docente e o achatamento brutal dos salários está provocando a desvalorização ainda maior da carreira docente. 
Frequência dos professores afixada no pátio da escola estadual em Goiás

Não era por menos a indignação dos professores na última assembléia, enquanto o governo Marconi Perillo (PSDB) torra milhões e milhões de dinheiro público com propagandas "maravilhosas" sobre a secretaria da educação e sobre o famigerado "Pacto pela Educação", mentido sobre a falsa valorização dos professores e a falácia da melhoria da educação em Goiás, mas o que se ouve da própria boca  dos professores, é justamente o contrário, ou seja, a desvalorização brutal  e desrespeito nunca antes visto aos professores e estudantes em Goiás.
Seguindo a lógica matemática do modelo neoliberal de educação, pautado em índices meritocráticos de ganhos salarias, os professores que entrarem agora na educação em Goiás, seguindo a risca todos os quesitos do novo plano de carreira, demorariam mais de 30 anos para alcançar os valores salarias propagandeados pelo governo na TV.

Na verdade o atual secretário da educação de Goiás, o Sr. Thiago Peixoto (PMDB? PSDB?), apenas copia um modelo neoliberal de plano de carreira meritocrático para a educação, que já foi imposto "goela abaixo" por estados como Minas Gerais e São Paulo, que também são dirigidos pelo PSDB, e que também provocaram greves duradouras, desestruturação do ensino e o sucateamento da educação nestes mesmos estados. Este modelo neoliberal burguês de educação, pautado na meritocracia, visa criar um ambiente de individualismo e de fragmentação da classe trabalhadora na educação, onde o ganho salarial se dará, não a partir da cooperação, das lutas  e do trabalho coletivo dos professores, mas sim através do desempenho individual, dos índices de méritos próprios, levando ao "cada um por si e o diabo contra todos". Tal modelo obstrui a visão de lutas de classes e anula todo o sentimento de pertencimento à classe docente, fragmenta a força coletiva e facilita a dominação e exploração patronal, no caso o estado, estando a serviço do patronato burguês.
Além dos ataques de cariz neoliberal na educação em Goiás, têm-se também uma grave crise no sindicalismo local. O sintego na verdade, além de estar sempre omisso e boicotar as reinvidicações trabalhistas,(vale lembrar que na última assembléia realizada em outubro de 2011, o sintego fraudou a contagem por contraste dos votos dos professores, que exigiam uma greve ainda naquele ano) perdeu por completo a sua função combativa e de luta, tornando-se hoje um sindicato enfraquecido e sem muita representatividade junto aos professores. Atualmente o sintego mantém uma relação promíscua com partidos políticos (PMDB, PT E PC do B), sendo todos este partidos representantes da direita burguesa goiana. Os jornais locais acusam o Sintego de estar usando a  greve como bandeira política para as próximas eleições para prefeito, já que a atual presidenta, a Sra. Ieda Leal, é também filiada ao PT e grande amiga do atual prefeito de Goiânia, o Sr. Paulo Garcia (PT), que tenta a reeleição em Goiânia. Na última greve da educação municipal  de Goiânia, no ando de 2010, o Sintego abandonou a greve dos professores e funcionários da prefeitura para apoiar o então candidato do PMDB-PT, o Sr. Iris Rezendo, que abriu mão do cargo de prefeito de Goiânia para se candidatar ao Governo do Estado.   



Diante de um sindicato promíscuo, sem expressão, sem representatividade, pelego, e cujos dirigentes são irresponsáveis, inescrupulosos e mentirosos, vai a sugestão para a formação de um COMANDO DE GREVE autônomo, independente, apartidário, tomando talvez como exemplo, o próprio comando de greve de 2010, onde os próprios professores e funcionários municipais, de forma coletiva e organizada,  conseguiram levar adiante a greve da educação, mesmo a contra gosto do próprio sindicato e dos partidos burgueses, que não queriam a sua continuidade,  dando a greve repercusão de âmbito nacional e consequêcias inimagináveis. AGREVE CONTINUA! MARCONI, A CULPA É SUA! FORA THIAGO PEIXOTO! FORA MERITOCRACIA! FORA MARCONI!