Marconi Perillo Envolvido até o Pescoço com a Mafiocracia de Cachoeira & CIA
Em depoimento lido à CPI do Cachoeira, o ex-vereador de Goiânia Wladimir
Garcez complicou nesta quinta o governador de Goiás, Marconi Perillo
(PSDB), ao apresentar versão diferente da do tucano para a venda de uma
casa no condomínio Alphaville, em Goiânia. Preso na Operação Monte
Carlo, da PF, Garcez disse que ele mesmo comprou a casa de Perillo,
providenciando e entregando três cheques a Lúcio Fiúza, assessor do
governador.
Em declarações anteriores, o tucano
disse ter negociado a casa com o empresário Walter Paulo, dono da
Faculdade Padrão, e que Garcez teria sido apenas intermediário. Em 20
minutos, Garcez, que se negou a responder às perguntas dos
parlamentares, contou que Perillo lhe disse estar vendendo a mansão e
aceitou receber R$ 1,4 milhão. “Comprei a casa e pedi um prazo”, disse.
“O pagamento ocorreu depois.”
Cheques
Interessado,
mas sem dinheiro, Garcez chegou a oferecê-la a Walter Paulo, que disse
que só poderia arcar com o negócio meses depois. Com isso, Garcez
recorreu a Cachoeira e ao ex-diretor-geral da Delta Construções no
Centro-Oeste Cláudio Abreu, que forneceu os três cheques para ele quitar
a mansão. “Pedi ao Cláudio, meu patrão, e ao Carlinhos que me
emprestassem o valor, para eu repassar ao governador. O Cláudio me deu 3
cheques, um de R$ 500 mil, outro de R$ 500 mil e outro de R$ 400 mil,
para março, abril e maio”, disse Garcez. Conforme o delegado da PF
Matheus Mella Rodrigues, os cheques eram de Leonardo Almeida Ramos,
sobrinho de Cachoeira, que seria o real comprador.
Roupas infantis
Após
o depoimento, no entanto, o advogado de Garcez, Ney Moura Teles, os
cheques eram da Babioli, empresa de roupas infantis em Anápolis (GO). A
confecção é de José Vieira Gomide Júnior e Rosane Aparecida Puglise da
Costa. Ambos são citados no relatório 04/2011 da PF. Perillo diz que não
se ateve, à época, a quem emitiu os cheques. Em 29 de fevereiro deste
ano, Cachoeira foi preso na casa, onde vivia com a mulher, Andressa
Mendonça.
O ex-vereador explicou que seu objetivo era ficar
com o imóvel ou passá-lo adiante. Como não conseguiu vendê-lo com lucro
ou comprá-lo, começou a ser pressionado por Abreu para devolver o
empréstimo. “Com medo de perder o emprego, resolvi procurar o professor
Walter. Eu a vendi pelo mesmo valor de R$1,4 milhão. Recebi em dinheiro e
repassei ao Cláudio, quitando, assim, a dívida dos três cheques.” O
ex-vereador disse ter recebido de Walter Paulo R$ 100 mil de comissão
pela venda e negou que o empresário tenha participado da transação
apenas para ocultar a compra por Cachoeira.
“Dizem por aí
que o professor Walter seria ‘laranja’ do Carlinhos. Muitos políticos
goianos, pessoas em Goiânia, sabem que o professor é dono de uma
universidade e de vários imóveis, e uma das pessoas mais ricas de Goiás.
Daria para comprar dez, 15, 20 vezes Carlinhos e a própria Delta.”
Garcez
relatou que pediu ao empresário que emprestasse a mansão a Andressa,
recém-separada, até que uma casa no mesmo condomínio fosse reformada.
Depois disso, Andressa passou a viver com Cachoeira, que mudou para a
mansão de Perillo. O governador negou, por meio de sua assessoria,
contradição entre sua versão e a de Garcez. Segundo ele, a venda foi
feita, de fato, a Walter Paulo. “Garcez queria comprar a casa e não
conseguiu reunir o dinheiro. O imóvel, então, foi vendido a Walter
Paulo.”
Procurado pela reportagem, Walter Paulo não foi
localizado, mas a assessoria de Perillo divulgou documento, entregue
ontem pelo empresário à CPI, no qual explica que foi procurado por
Garcez em fevereiro de 2011 e manifestou interesse em comprar a mansão,
pagando em julho. Ele disse que nunca esteve em contato com Perillo,
tendo todo o acerto sido feito por Garcez. No início deste mês, o Estado
revelou que a mansão foi posta em nome da Mestra Administração e
Participações, que não tinha Paulo como sócio, mas supostos laranjas,
ligados à Faculdade Padrão.
No documento entregue ontem à
CPI, o empresário informou ser conselheiro administrativo da empresa e
que o negócio foi proposto por ele aos donos, a título de investimento,
com a perspectiva de transferência futura a uma de suas filhas. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: yahoo notícias 26/05/2012
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