A MAFIOCRACIA EM GOIÁS: PERILLO O "PODEROSO CHEFÃO"
Os partidos aliados aceleraram o fechamento de um
acordo para aprovar apenas a convocação do governador de Goiás, o tucano
Marconi Perillo, pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do
Cachoeira, na reunião administrativa prevista para terça-feira. Diante
do mal-estar e de ameaças do PMDB, os petistas concordaram em manter a
blindagem ao governador do Rio, Sérgio Cabral. Por ora, a estratégia é
tentar poupar o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), mas
setores do PT já admitem deixá-lo à própria sorte se a oposição ameaçar
paralisar a CPI.
A alegação para poupar os governadores de partidos da base aliada é
de que eles não aparecem envolvidos diretamente com o esquema ilegal do
contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Mas os aliados
já foram avisados de que essa ação cirúrgica para atingir apenas o
tucano pode paralisar a CPI e forçar uma operação toma-lá-dá-cá, com o
sacrifício do petista.
Para preservar Cabral, o PMDB ameaçou: se o governador fluminense for
convocado, o PT ficará isolado na CPI. O "troco", segundo um
peemedebista, virá na aprovação de requerimentos com "alto teor de
periculosidade para o governo", como a convocação de Luiz Antonio Pagot,
ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit), e a
quebra dos sigilos de todos os contratos da Delta com o governos federal
e estaduais. A Delta é a maior empreiteira do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC).
O argumento dos aliados para restringir a convocação ao governador
tucano é que Perillo está envolvido "até a alma" no esquema de
Cachoeira. A situação do governador ficou ainda mais complicada depois
do depoimento do ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcez, que apresentou
versão diferente da de Perillo para venda da casa do governador, onde
Cachoeira foi preso.
A avaliação dos governistas é que
tanto Agnelo quanto Cabral não aparecem envolvidos diretamente com o
contraventor nas investigações deflagradas pelas operações Vegas e Monte
Carlo, da Polícia Federal. Daí serem desnecessárias as convocações.
Reação
A oposição promete espernear e não deixar apenas o governador tucano
"ir para a forca". Mas sabe, de antemão, que não dispõe de votos
suficientes para barrar o trator do governo na CPI do Cachoeira. Dos 32
integrantes, os oposicionistas têm só sete votos na comissão. Os
chamados parlamentares independentes deverão ficar ao lado do governo,
diante dos fortes indícios de ligação de Perillo com o Carlos Cachoeira.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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