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Telefone do Governador Marconi Perillo na agenda do mafioso Carlinhos Cachoeira
A MAFIOCRACIA EM GOIÁS: MARCONI PERILLO E SEUS COMPARSAS
27/07/2012 - 06h15
Agenda de Cachoeira tinha quatro telefones relacionados a Perillo
ANDREZA MATAIS RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA ANDRÉIA SADI
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
A agenda pessoal do empresário Carlinhos Cachoeira, investigado por corrupção e contravenção, registra quatro telefones celulares relacionados ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Há também os números telefônicos de onze deputados federais, de um ex-senador e de um ex-governador.
Perillo é investigado pela CPI do Cachoeira porque, segundo a Polícia Federal, seu governo foi loteado pelo grupo do empresário. Também há suspeitas de ter vendido uma casa para Cachoeira.
O dinheiro do negócio teria vindo do esquema de Cachoeira, segundo a PF.
A lista de 460 contatos foi localizada pela PF num computador tablet apreendido em poder do acusado durante a Operação Monte Carlo, deflagrada pela PF em fevereiro.
Além do nome do governador, há os contatos telefônicos de Antônio Perillo, irmão de Marconi, de mais duas pessoas associadas ao nome "Perillo" e de Eliane Pinheiro, ex-chefe de gabinete do governador, que deixou o cargo em meio ao escândalo.
Fotos do grupo de Cachoeira
Fotos apreendidas pela PF mostram Cachoeira (camisa rosa) em máquinas caça-níquel "possivelmente em Las Vegas"Divulgação Polícia Federal
A agenda traz ainda contatos do ex-senador Eduardo Siqueira Campos (PSDB), do ex-senador e ex-governador do Tocantins Marcelo Soares (PMDB), e de Alan Silva, ex-chefe de gabinete do ministro Alexandre Padilha (Saúde) quando ele era ministro das Relações Institucionais.
A mulher de Cachoeira, Andressa, é identificada como "coração" em seis telefones celulares.
No mesmo tablet, a PF localizou textos cifrados que, segundo a investigação, confirmam a ação de Cachoeira em prol da indicação de pessoas para integrar a administração de Goiás.
Nos computadores de Adriano Aprígio, ex-cunhado de Cachoeira, identificado pela PF como "laranja" do esquema, a polícia localizou fotos que mostram o empresário e o ex-vereador de Goiânia (GO) Wladimir Garcez (PSDB) jogando em caça-níqueis "possivelmente em Las Vegas", nos Estados Unidos. OUTRO LADO
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), foi procurado ontem à noite, por meio de sua assessoria de imprensa, para comentar o registro de seus telefones celulares na agenda de Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Preso em fevereiro, o empresário é acusado de corrupção e contravenção.
Até a conclusão desta edição, a assessoria não havia respondido.
O governador tem dito que não mantinha amizade ou relações com Cachoeira, tendo conversado com ele, por telefone, apenas uma vez para parabenizá-lo pelo seu aniversário.
Ele nega todas as suspeitas de que beneficiou qualquer membro do grupo de Cachoeira em seu governo. RELAÇÕES
A Folha também telefonou para os números da agenda de Cachoeira que aparecem relacionados ao governador.
Em um deles, quem atendeu o telefone se identificou como "Azulão" e disse que era assessor do governador, mas que não conhecia Carlinhos Cachoeira.
No outro número, quem atendeu disse que já trabalhou com o governador como presidente da Agetop (agência de obras do governo), mas que deixou o cargo "há mais de oito anos".
Nos outros dois números, ninguém atendeu.
FONTE:http://www1.folha.uol.com.br/poder/1126655-agenda-de-cachoeira-tinha-quatro-telefones-relacionados-a-perillo.shtml
MARCONI PERILLO E SEU COMPADRE E SOCIO CARLINHOS CACHOEIRA
MARCONI PERILLO E O ESCANDALO DO TREM LEVE SOBRE TRILHOS (LVT)
Os três amigos
Novas gravações da Polícia Federal mostram
Carlinhos Cachoeira e Demóstenes Torres fazendo negócios em nome do
governador de Goiás, Marconi Perillo
MURILO RAMOS, MARCELO ROCHA E DIEGO ESCOSTEGUY
ÉPOCA teve acesso a novas conversas telefônicas interceptadas pela
Polícia Federal na Operação Monte Carlo – que, no final de fevereiro,
deslindou a infiltração do crime organizado no governo de Goiás. A
íntegra das conversas – 5,9 gigabytes de informação – corre sob segredo
de Justiça na 11ª Vara Federal de Goiânia. Nela, encontra-se fartura de
trechos inéditos – e explicitamente reveladores, sobretudo sobre o
envolvimento do tucano Marconi Perillo, que governa o Estado de Goiás,
com o esquema liderado pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira e pela
construtora Delta. Entre outras novidades, há diálogos em que se diz que
Perillo “mandou passar” à Delta um contrato que poderia render R$ 1,2
bilhão. Noutros diálogos, cita-se Perillo como responsável por ordenar,
por intermédio do ex-senador Demóstenes Torres (ex-DEM), que o diretor
do Detran no Estado, indicado por Cachoeira, contratasse uma empresa de
um amigo do governador. Descobre-se, ainda, que um irmão de Perillo,
chamado Antônio Pires Perillo, ou Toninho, tinha um celular Nextel
habilitado nos Estados Unidos para conversar com Cachoeira – e que
Toninho prestou serviços a ele.
Desde que a existência da quadrilha de Cachoeira veio a público, em
fevereiro, sabia-se que a força do grupo escorava-se, entre outros
políticos, no senador Demóstenes. O envolvimento de Perillo aparecia,
até então, por indícios. Na semana passada, ÉPOCA revelou as evidências
– contidas num relatório enviado pela PF à Procuradoria-Geral da
República – de que a Delta firmara um “compromisso” político com
Perillo: comprara a casa que o governador vendia, pagara R$ 500 mil a
mais do que ela valia – e passara a receber em dia o que o governo de
Goiás lhe devia.
De acordo com as gravações, outros acertos de Perillo com as empresas
ligadas ao esquema de Cachoeira acontecem em março de 2011, logo após a
venda da casa para a Delta. No dia 1º de março, Perillo vende a casa. No
dia 2, começam os negócios. Às 21 horas, Demóstenes liga para
Cachoeira. O assunto é urgente: Demóstenes tem um “recado” a transmitir a
Cachoeira. De quem? De Perillo. Descobre-se, portanto, que a relação de
Perillo com a quadrilha de Cachoeira era ampla – envolvia não apenas
seu assessor Wladmir Garcez, que acabara de intermediar os pagamentos da
Delta pela casa, mas também Demóstenes. Diz Demóstenes: “Fala, professor. O seguinte: tava precisando falar com você. Ou se você não puder, manda o Wladmir (Garcez) falar comigo. Não é nada daquele assunto, não. É outro, que apareceu agora. É um recado do Marconi. Precisava te passar” (ouça o áudio).
Cachoeira pergunta se Demóstenes está em Goiânia. “Tô aqui”, diz
Demóstenes. “Se você puder vir aqui... Se não puder, manda o Wladmir que
eu explico o que é.” Cachoeira não titubeia: “Vou aí agora então”.
Pouco mais de meia hora depois, após o encontro com Demóstenes,
Cachoeira liga para o presidente do Detran de Goiás, Edivaldo Cardoso,
conhecido como Caolho. Caolho fora nomeado para o cargo assim que
Perillo assumiu o governo, segundo a investigação, por indicação de
Cachoeira, que o encarregara de assegurar que a Delta e demais “empresas
amigas” faturassem alto não somente no Detran, onde ele assinaria
contratos e autorizaria pagamentos, mas também nas demais áreas do
governo de Goiás. Como Caolho faria isso? Graças a seu acesso
privilegiado à cúpula do governo tucano, Caolho tinha bom trânsito com
Perillo e seus assessores. Deveria ainda manter Cachoeira a par de
possíveis novos projetos do governo.
É nesse contexto que transcorre o diálogo entre Cachoeira e Caolho
naquela noite de março – um breve, porém claro, sinal do empenho de
Perillo em ajudar a turma. Cachoeira diz a Caolho: “Tenho um recado do
Marconi e do Demóstenes para você”. Caolho pergunta do que se trata.
“Por telefone é ruim, né?”, afirma Cachoeira. Ato contínuo, Caolho
pergunta se os dois podem se encontrar. Cachoeira, cansado depois de um
dia intenso e sem encontrar uma brecha na agenda do dia seguinte, acaba
transmitindo o recado de Perillo por telefone. “Você teve com a
Politec?”, diz Cachoeira. “Tive, ué”, responde Caolho. Temendo uma
bronca, Caolho se adianta e conta tudo: “Quem mandou, pediu para eu receber a Politec foi o Marconi (Perillo). Ligou e pediu para eu receber o cara (da empresa Politec)” (ouça o áudio). Cachoeira confirma: “Aí mas ele (Perillo) não lembra, não. O problema é esse. Ele falou lá que você tinha que fechar (com a Politec), o negócio deles lá”.
Caolho explica em detalhes a ordem de Perillo para contratar a Politec. “O homem (Perillo) que ligou para mim. O Barros (Carlos Alberto Barros, fundador da Politec) estava lá no palácio, ele (Perillo)
me ligou, falou comigo pessoalmente para eu receber o cara lá”, diz.
Cachoeira determina então que Caolho resolva logo o contrato com os
executivos da Politec: “O Demóstenes falou para você nem chamar o
Marcelo (Marcelo Augusto Gomes de Lima, gerente de projetos da empresa)”.
Caolho conta que a Politec já o procurara para oferecer serviços de
vistoria para carros. Diz Caolho: “Esse negócio foi o Marconi que pediu.
(...) Ele (Perillo) ligou e eu atendi. Não mandou recado, não. Ligou no telefone e falou assim, ó: ‘Eu tô aqui com o Barros (da Politec).
Você conhece ele? Ele vai te procurar. Você pode receber ele aí hoje?’
Eu disse: ‘Posso, governador, manda ele vir aqui que eu falo com ele
agora’”. Perillo, segundo o relato de Caolho, é direto: “(Perillo) falou: ‘Atende ele (Barros, da Politec) aí que é meu amigo, tá?’”.
Ao perceber que o assunto já estava encaminhado no Detran, Cachoeira se
irrita com a pressão de Perillo e ordena que Caolho explique a situação
aos executivos da Politec. Diz Cachoeira: “Fala para eles (Politec):
‘O que foi politicamente combinado já está fechado’”. Caolho também
reclama: “Povinho estressado... E o Marconi também tem uma memória de
grilo”. “Mas aí você já passa lá amanhã e resolve esse estresse”, diz
Cachoeira. Em seguida, ele afirma que os executivos da Politec também
pressionaram Demóstenes. Noutra ligação com Cachoeira, cinco minutos
depois, Caolho está mais leve: “Amanhã resolvo isso. Hahaha! Eu acho
divertido um negócio desses. O governador manda receber o cara, o cara
chega para mim e diz que conversou com ele. (...) ‘O senhor (Barros, da Politec) só põe no papel aqui para mim que eu vou autorizar’: foi essa minha conversa com ele (da Politec)”.
Os interesses da Politec, do amigo de Perillo, foram atendidos. A
empresa conseguiu prestar serviços ao Detran, presidido por Caolho, sem
licitação nem contrato formal. O serviço de vistoria de carros, antes
feito por múltiplas empresas credenciadas, passou a ser executado
exclusivamente pela Politec. Em fevereiro deste ano, o Departamento
Nacional de Trânsito, o Denatran, detectou irregularidades no sistema
oferecido pela Politec ao Detran de Goiás. Descobriu-se que a Politec
não era homologada no Denatran nem repassava as informações das
vistorias ao banco de dados do órgão – brecha que permitia, em tese, que
carros roubados ou fora dos padrões de segurança fossem revendidos.
Diante dos fatos, o promotor Rodrigo Bolelli determinou ao Detran goiano
que encerrasse a contratação informal da Politec.
A Politec, que nasceu em Goiânia, é uma grande empresa de tecnologia.
Vale R$ 254 milhões e mantém contratos com governos estaduais, além do
governo federal. Desde que Perillo virou governador, no ano passado,
recebeu R$ 8 milhões do Estado de Goiás. Quando Barros abordou Perillo
no ano passado, a Politec já estava encalacrada com a PF. Em 2009, ela e
outras três empresas foram alvo da Operação Mainframe, ação conjunta da
Polícia Federal e da Secretaria de Direito Econômico (SDE) contra o
cartel que presta serviços de informática ao governo federal. Num dos
endereços vasculhados pelos agentes da PF foram encontradas anotações
com nomes de políticos e valores anotados ao lado. Havia, segundo os
investigadores, o nome de um senador – a identidade dele é mantida sob
sigilo. As investigações desse caso ainda estão em curso.
Caolho era mesmo próximo a Perillo? Ao que tudo indica, sim. Semanas
depois da pressão para a contratação da Politec, no dia 30 de março,
Perillo foi jantar na casa de Caolho, ao lado de Cachoeira – e admite
isso. Escutas da PF revelam que Cachoeira e Caolho esmeraram-se nos
preparativos para o convescote. Num dos áudios, Cachoeira afirma que
levaria uma garrafa de vinho e uma de champanhe ao encontro. Pouco antes
da tertúlia, Cachoeira liga para Garcez e pede que se apresse: Perillo
deveria chegar antes do previsto. Esse jantar é um dos três encontros
que Perillo admite ter tido com Cachoeira. O segundo foi na sede do governo goiano. O terceiro, na casa do ex-senador Demóstenes Torres (ouça o áudio).
As novas investigações da PF também se referem a um segundo caso: a
instalação em Goiânia do VLT, veículo leve sobre trilhos. Na tentativa
de criar uma agenda positiva, Perillo reuniu secretários na semana
passada para definir o cronograma da licitação que escolherá a empresa
responsável pela instalação do trem. Perillo espera que, na segunda
quinzena de agosto, o edital seja lançado. O VLT deverá fazer a ligação
leste-oeste da cidade, com 12,9 quilômetros de extensão, uma obra
incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Segundo a investigação da PF, as articulações do governo, no ano
passado, para implantar o VLT em Goiânia ficaram comprometidas porque o
contrato fora dirigido para a Delta. Num diálogo interceptado no dia 30
de março de 2011, Garcez narra a Cachoeira uma conversa mantida com o
presidente da Agência de Transportes e Obras Públicas (Agetop) e
tesoureiro de Perillo na campanha de 2010, Jayme Rincón. Nesse diálogo,
segundo Garcez, Rincón disse que o governador escolhera a Delta para
administrar as obras. “O governador já tinha falado com ele (Rincón) sobre o negócio do VLT e que é pra passar o negócio pra Delta”, afirmou (ouça o áudio).
Em entrevista a ÉPOCA, Rincón disse não ter conversado com Garcez sobre
o VLT: “Não tem a menor consistência. Nem se cogitava o VLT. Esse
assunto não é afeito a minha área”. ÉPOCA perguntou a ele por que
participara da reunião com Perillo no início da semana, para tratar
justamente desse assunto. Rincón afirmou que acompanha temas de
infraestrutura do governo goiano e que a única participação da Agetop
será ceder funcionários para elaborar uma carta-consulta ao BNDES.
As investigações da PF trazem ainda um terceiro assunto à tona: o
envolvimento de Antônio Perillo, irmão do governador, com a quadrilha de
Cachoeira. De acordo com os áudios, ele pertencia ao clube dos que
usavam aparelho Nextel para falar com integrantes da turma do bicheiro.
Numa das ligações, Cachoeira pergunta onde Toninho está. Toninho diz que
está na saída de Goiânia. Diante de um convite de Cachoeira para
encontrá-lo na sede da Delta Construções, Toninho foi rápido: “Vamos agora” (ouça o áudio).
Em outro telefonema, Cachoeira demonstra intimidade com ele. “Toninho,
você me chamou aqui e desligou o telefone. Tá parecendo aquelas
biscates”, diz Cachoeira. Em 8 de abril do ano passado, Cachoeira
conversa com Roberto Coppola, seu sócio argentino no ramo dos jogos de
azar. Quando Cachoeira informa a Coppola sobre a possibilidade de ir a
Buenos Aires na Semana Santa, Coppola diz que Toninho também iria à Argentina no período (ouça o áudio).
Toninho chegou a acionar Garcez, em 14 de fevereiro deste ano, para
perguntar por que seu Nextel não funcionava. No mesmo dia, Eliane
Pinheiro, ex-chefe de gabinete de Perillo, pede a Garcez que verifique a
situação do aparelho, pois “Toninho está de viagem marcada para Miami”.
A mensagem
Para os políticos As investigações da PF desnudam as conexões entre Cachoeira, Perillo e Demóstenes Para o eleitor É importante considerar esse tipo de informação na hora de votar
O governador Marconi Perillo afirmou que “jamais disse a quem quer que
seja” para passar as construções do VLT de Goiânia para a Delta. “Esta
afirmação é infame e irresponsável. Como é que o governador poderia
pedir a alguém para ‘passar uma obra’ que não existia nem no papel nem
se sabia ainda se seria executada?”, afirma. Segundo Perillo, o projeto
do VLT ainda está em fase de elaboração. Em relação à Politec, Perillo
afirmou que “todos os empresários que o procuram são por ele
encaminhados aos órgãos competentes para que se inteirem dos projetos e
assuntos relacionados ao governo”. Tudo isso, segundo ele, de forma
transparente. “As informações são prestadas pelos responsáveis por cada
área do governo sempre obedecendo aos princípios de ética, lisura e
transparência.” Perillo foi questionado também sobre as relações de seu
irmão com Cachoeira, incluindo o aparelho Nextel doado pelo grupo do
bicheiro. Perillo disse que a pergunta deveria ser formulada ao irmão e
que não tem conhecimento desse assunto. No comunicado, Perillo disse que
não mais se pronunciará a respeito de assuntos de ordem pessoal. “Não
cabe alimentar ilações retiradas fragmentadamente de mais de 30 mil
horas de gravações, com o único intuito de criar polêmicas e estabelecer
relações entre fatos que não se coadunam. Entre todas as gravações
divulgadas, não existe nenhuma comprobatória de negócio ou contrato que
efetivamente tenha beneficiado alguma pessoa ou empresa.”
A crer na versão de Perillo, o que se lê, ouve e se descobre a cada dia
nas investigações da PF decorre não somente de uma sofisticada ação
orquestrada “politicamente” pelo PT, mas também de uma extraordinária
sucessão de coincidências e mentiras contadas por diferentes integrantes
da turma de Cachoeira. Coincidências e mentiras corroboradas por
cheques, transferências bancárias, atos de governo. É verdade que Garcez
poderia estar usando indevidamente o nome de Perillo e ter criatividade
suficiente para inventar recados ou acertos. Mas era amigo de Perillo,
frequentava seu gabinete e lhe entregava cheques de Cachoeira. O mesmo
vale para Cachoeira, Cláudio Abreu, da Delta, e para os demais
personagens envolvidos nos repasses de dinheiro. Como se descobre agora,
o mesmo sinuoso raciocínio teria de ser aplicado ainda a Caolho,
Demóstenes, ao irmão de Perillo...
Líder do PT na Câmara defende impeachment de Marconi Perillo em Goiás
Deputado Jilmar Tatto (SP) disse ser contrário a uma nova convocação do governador de Goiás para falar à CPI da Cachoeira: 'Para quê? Para dar o showzinho dele?', questionou
O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), disse ser contrário a uma nova convocação do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), para falar à CPI da Cachoeira. Para ele, o tucano mentiu em seu depoimento e merece ser cassado pelo elo com o contraventor e não deveria continuar no comando do governo de Goiás.
O líder petista afirmou que a Assembleia Legislativa de Goiás deveria abrir um processo de impeachment e que, se isso não fosse feito, caberia ao STJ tomar a medida de afastar Perillo da função. "É uma temeridade para Goiás ele continuar governador", afirmou.
"Eu acho que não tem de convocar [Perillo à CPI]. Para quê? Para dar o showzinho dele? Bobagem. O que a CPI deveria fazer é representá-lo no Ministério Público para que esse possa representá-lo no Superior Tribunal de Justiça (STJ)", continuou Tatto.
O parlamentar petista disse que existem três fatos que comprovariam o envolvimento de Perillo com Cachoeira. "Tem três episódios com provas materiais que ligam o Perillo ao Cachoeira. Primeiro a casa, que está provado que foi Cachoeira quem comprou. Segundo, a cota de funcionários que ele colocou no governo. Terceiro, que foi o Cachoeira que pagou dívidas de campanha do governador."